Em 3 de abril de 2025, a Netflix lançou Pulse, sua primeira incursão em um drama médico em língua inglesa, trazendo uma mistura de emergências hospitalares e tensões pessoais que ecoam os clássicos do gênero, como Grey’s Anatomy. Ambientada no fictício Maguire Medical Center, em Miami, a série coloca os holofotes sobre a Dra. Danny Simms (Willa Fitzgerald) e o Dr. Xander Phillips (Colin Woodell), cuja relação complicada desencadeia um enredo que tenta navegar pelas águas turbulentas do movimento #MeToo. Mas será que Pulse consegue encontrar seu próprio pulso ou apenas recicla fórmulas já conhecidas? Vamos explorar o que faz essa série brilhar – e onde ela perde o ritmo.
Danny Simms e Xander Phillips: O Coração de Pulse
No centro de Pulse está Danny Simms, uma residente de terceiro ano que assume o cargo de chefe interina após denunciar Xander Phillips, o carismático chefe residente, por assédio sexual. A premissa é promissora: uma mulher enfrentando as consequências de desafiar um superior em um ambiente de alta pressão. Mas, como apontado pela TIME, a série rapidamente revela que os dois estavam em um relacionamento secreto, o que transforma a denúncia em um mistério cheio de flashbacks e reviravoltas. “Eles estão vivendo juntos agora”, destaca a crítica, questionando a credibilidade de Danny desde o início.
Xander, por sua vez, é apresentado como um “santo” por colegas, mas as camadas de sua personalidade – e seus erros – vão se desdobrando. A química entre Fitzgerald e Woodell é inegável, mas a narrativa hesita em tomar partido, deixando o público em um limbo emocional. Será que Danny é uma vítima de coerção ou uma manipuladora? Será que Xander é um vilão ou apenas um homem apaixonado preso em uma dinâmica de poder? Pulse quer que você decida, mas, como observa a Vulture, essa ambiguidade às vezes parece mais uma fuga do que uma escolha corajosa.

O Cenário: Miami, Furacões e o Drama Médico
A série começa com o furacão Abby assolando Miami, forçando o hospital a entrar em lockdown enquanto pacientes chegam em massa. É um pano de fundo perfeito para um drama médico: caos externo refletindo o caos interno. A Netflix Tudum destaca como esse cenário amplifica a tensão entre Danny e Xander, que precisam trabalhar juntos apesar do escândalo. Cirurgias de emergência, como a de uma adolescente ferida em um acidente de ônibus, pontuam os episódios, mas, como critica a Vulture, “os pacientes são apenas um borrão de cavidades torácicas abertas”, ofuscados pelo foco no romance central.
Comparado a The Pitt ou até mesmo ao veterano Grey’s Anatomy, Pulse tenta equilibrar o procedural médico com o melodrama, mas nem sempre acerta o tom. O furacão, que poderia ser um catalisador poderoso, desaparece após os primeiros episódios, deixando a série buscar seu ritmo em histórias mais cotidianas do hospital. Ainda assim, o sabor multicultural de Miami – com diálogos em inglês e espanhol – adiciona um charme único, algo que a Netflix sabe vender bem.
#MeToo em Foco: Acertos e Escorregões
O grande diferencial de Pulse é sua tentativa de abordar o #MeToo em um contexto médico. A TIME critica como o subplot de assédio é “subdesenvolvido”, relegado a segundo plano em favor de casos médicos genéricos. Em um momento crucial, a Dra. Natalie Cruz (Justina Machado) avisa Danny que sua denúncia pode “tornar tudo muito pior”, mas a série não explora as consequências com profundidade. A influência da mãe rica de Xander é sugerida, mas nunca detalhada, deixando o espectador com mais perguntas do que respostas.
Por outro lado, há momentos de brilho. A enfermeira Cass (Jessica Rothe) oferece uma perspectiva externa ao flagrar Danny e Xander juntos, apontando o desequilíbrio de poder: “Talvez ele esteja usando o cargo para te conquistar.” É um vislumbre do que Pulse poderia ser – uma análise honesta de relações no ambiente de trabalho. Mas, como diz a Vulture, a série prefere “lembrar outros dramas médicos melhores” a arriscar um posicionamento firme.

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Vale a Pena Assistir?
Pulse não reinventa o gênero, mas tem seus méritos. A produção é polida, o elenco é carismático – destaque para Machado e Néstor Carbonell como veteranos do hospital – e os primeiros cinco episódios, centrados no furacão, são viciantes. No entanto, a falta de foco e a hesitação em mergulhar de cabeça no tema #MeToo podem frustrar quem busca algo mais substancial.
Para fãs de dramas médicos, Pulse é um passatempo agradável, mas não espere a profundidade de The Pitt ou o apelo emocional de Grey’s Anatomy. Em 2025, com a Netflix apostando alto em séries originais, Pulse é um primeiro passo tímido no mundo dos hospitais fictícios. Se houver uma segunda temporada, talvez encontre o coração que ainda lhe falta.